‘Senti uma dor no peito e liguei para creche’, detalha mãe sobre minutos antes de saber da morte do filho

Justiça

“Senti uma dor no peito e liguei para saber se meu filho estava bem, não tive retorno. Uma hora depois…”. Abalada e em prantos Karine Camargo, mãe de Vicente Camargo, 5 meses, não conseguiu terminar a entrevista. Amparada por populares que participavam de protesto nesta segunda-feira (22), ela detalhou os dias que antecederam a morte do filho em uma creche de Várzea Grande. A criança se recuperava de uma virose e tinha passado bem a semana na unidade educacional, quando morreu na quinta-feira (17).


Consolada por outras mães e populares que querem resposta sobre o ocorrido, ela relatou que na semana anterior o bebê não estava bem de saúde. Ele tinha febre e vomitava, o que a fez levá-lo ao hospital algumas vezes. Exames de sangue não apontavam nenhuma anormalidade e a pediatra recomendou remédio em casa para o mal-estar e concluiu que seria uma virose, pois a criança estava em contato com mais bebês, o que não ocorria anteriormente.


“Eu levei ele na creche nos outros dias, ligava perguntando se estava tudo bem, se ele tinha mamado. A cuidadora disse que sim, que ele estava ativo. Na quinta, umas 14h, eu comecei a me sentir mal, ter uma angústia, mandei mensagem para a creche para saber se ele estava bem e não tive retorno. Uma depois…”, desaba a mãe ao contar sobre a ligação que comunicava a morte de seu caçula. Karine tem uma menina de 9 anos.


Logo que a morte do pequeno foi comunicada, a informação era de que ele tinha se engasgado com leite durante a soneca, mas laudo mostrou traumatismo craniano como causa do óbito.
Posteriormente também foi averiguado que o local não tinha autorização de funcionamento. Assim, ela foi fechada e permanece fora de funcionamento desde a semana passada.


A família exige acesso às câmeras de segurança para saber o que houve naquele dia. A defesa de Karine também pede ajuda de vizinhos da creche que possam ter imagens das imediações.


A próxima manifestação será na quarta-feira (24), mesmo dia em que fica pronto o laudo definitivo sobre a causa da morte do bebê.