Esporte/F1
Fonte: Grande Prêmio – por Gabriel Curty, de São Paulo
Foto: Divulgação/Ferrari
Vinda de um amargo vice-campeonato na F1 2022, a Ferrari foi a oitava equipe a mostrar seu carro para 2023. A SF-23 foi apresentada nesta terça-feira (14) em um evento em Maranello, na Itália, que inclusive já contou com o primeiro ‘shakedown’ do time, no circuito de Fiorano, com Charles Leclerc.
O carro mantém a cor vermelha, mas agora em um tom mais forte, ao contrário da versão voltada para o vinho de 2022. Mantendo a tendência de outras equipes, também existem partes “sem cor”, apenas com fibra de carbono, como na asa dianteira.
Para 2023, a Ferrari segue apostando na juventude e no talento de seus pilotos. Ainda que a briga esperada pelo título em 2022 não tenha vindo, Charles Leclerc e Carlos Sainz continuam prestigiados, especialmente pelo que fizeram em outras temporadas. O monegasco, afinal, praticamente selou a saída de Sebastian Vettel do time italiano, enquanto que o espanhol deu enorme trabalho a Leclerc quando a Ferrari ainda ensaiava sua recuperação.
“Toda a nossa equipe trabalhou muito neste novo carro e vê-lo na nossa frente pela primeira vez é incrível. Significa que o início da temporada está muito próximo, o que é sempre um momento emocionante. Foi ótimo guiá-lo aqui em Fiorano hoje, compartilhando a experiência com nossos tifosi e parceiros. Ainda temos de esperar pelas primeiras voltas reais de teste para fazer qualquer avaliação. Nosso objetivo para a temporada será fazer ainda melhor que na temporada passada, trazer para casa mais vitórias e ser mais consistente. O maior objetivo será vencer os dois campeonatos e faremos tudo para conseguir isso”, comentou Charles.
No ano passado, é verdade, a dupla não funcionou assim tão bem. Os dois tiveram bons momentos, especialmente Leclerc, que ainda fechou como vice-campeão, mas os erros cometidos por ambos ajudaram a tirar uma extremamente atrapalhada Ferrari do páreo. Sim, claro, a equipe complicou mais os pilotos do que o contrário. Muito mais.
De todo modo, é inegável a recuperação da Ferrari na parte técnica. Depois de brigar pelos títulos de 2017 e 2018, a equipe sucumbiu fortemente após o escândalo do motor de 2019, teve um 2020 miserável e, apenas em 2021, foi começar a se recuperar. No ano passado, um salto indiscutível de performance.
No primeiro ano do novo regulamento, a Ferrari venceu quatro corridas, mas teve chances reais de faturar pelo menos o dobro disso (o triplo?). Erros de estratégia, falhas de todos os lados e uma passividade assustadora diante da sempre ousada e certeira Red Bull custaram caro e, no fim das contas, o time abriu mão da evolução do carro na reta final do campeonato – e quase que perde o vice para a complicadíssima Mercedes.
“Ter a chance de revelar o carro na frente dos nossos tifosi foi ótimo, pois este é meu primeiro evento de lançamento para o público desde que entrei na Ferrari. Gostaria de agradecer a todos que se juntaram a nós neste dia tão especial, tanto aqui quanto online ao redor do mundo. Este carro é o resultado da paixão e do trabalho árduo de todos na equipe ao longo do último mês e certamente parece mais um passo à frente. Nosso objetivo não pode ser outro senão continuar avançando e tentando trazer para casa mais vitórias, sendo competitivo e lutando pelo Mundial. Mal posso esperar para estar na pista no Bahrein e começar esta nova temporada!”, disse Sainz.
Empurrada pelos próprios motores, a Ferrari chega bastante modificada na direção. Frédéric Vasseur deixou a Alfa Romeo para assumir a chefia da equipe, depois da saída já tão esperada de Mattia Binotto. Laurent Mekies aparece como braço direito e, de certa forma, divide responsabilidades, como diretor de corridas do time. Enrico Cardile, Enrico Gualtieri, David Sanchez, Fabio Montecchi e Enrico Racca formam o esquadrão que gere a parte técnica do projeto.
“Nas últimas cinco semanas, tive a oportunidade de conhecer muitos membros de nossa equipe. Temos um grande grupo de pessoas aqui e é claro que a motivação é alta em toda a equipe. Hoje lançamos nosso carro junto aos nossos parceiros e tifosi, e estou muito satisfeito com a aparência do carro. Adoro a cor vermelha e o ‘Effe Lunga’ que se estende pela asa traseira, lembrando-nos da nossa herança. Nosso foco logo mudará para outro aspecto, que é velocidade e desempenho. Temos dois pilotos talentosos que estão ansiosos para vencer e têm as habilidades necessárias para isso. Nosso objetivo é vencer o campeonato, o que não será uma tarefa fácil, pois nossos competidores terão exatamente o mesmo objetivo em mente. Temos de trazer a mentalidade certa e sempre trabalhar para sermos melhores amanhã do que somos hoje”.
A Ferrari é, de muito longe, a equipe de maior sucesso na história da F1. Ao todo são 31 títulos, somando Mundial de Pilotos e de Construtores, além de 242 vitórias, 242 poles e 798 pódios.
A nona apresentação prevista para a Fórmula 1 2023 é a da Mercedes, marcada para esta quarta-feira (15), às 6h15 (em Brasília). A Alpine completa a lista na quinta-feira.
