Em entrevista na quarta-feira (3) o governador Mauro Mendes (União) não descartou a possibilidade de assumir a gestão do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), mas disse que o assunto “tem que ser estudado com cautela”. A sugestão foi feita pelo conselheiro-presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), Sérgio Ricardo, e o prefeito da capital, Emanuel Pinheiro (MDB), já disse que aceita a proposta.
A sugestão da estadualização do HMC foi feita durante entrega e aprovação das contas anuais do governo do Estado referentes a 2023. O conselheiro-presidente, explicou que a medida visa o melhor direcionamento de recursos para a Saúde, que enfrenta desafios financeiros significativos. Mauro não descartou esta possibilidade, mas questionou o que tem acontecido com o município.
“Esse assunto ele tem que ser estudado com cautela. Nós vamos estudar, mas o município tem que cumprir a sua obrigação. Ele recebe dinheiro da União pra prestar o serviço. Hoje nós temos dois hospitais grandes aqui na baixada cuiabana, quando eu fui prefeito de Cuiabá até 2016 o Estado não tinha um hospital aqui em Cuiabá, tinha o Metropolitano [em VG], que tinha 56 leitos, hoje o Metropolitano tem 270 leitos, hoje nós temos o Hospital Estadual Santa Casa que é um grande hospital com 10 salas de cirurgia, que presta diversos serviços”.
Ao comentar a proposta, Emanuel Pinheiro disse à Gazeta que o município não tem recursos para bancar o funcionamento do HMC, uma vez que a unidade hospitalar faz atendimentos de alta complexidade. Ele considera que a estadualização não significaria uma “derrota política” para ele e sim uma atitude de colocar a população em primeiro lugar. Mauro Mendes, porém, quer saber por que o município não consegue cumprir com seus compromissos, já que possui orçamento para isso.
“O que aconteceu nesse período, de quase 8 anos, se a arrecadação do município de Cuiabá aumentou 100%? Em 2016 foram R$ 2 bilhões a arrecadação do município de Cuiabá. Fechou 2023 com R$ 4,2 bilhões, mais que dobrou a arrecadação nesse período. O que foi que aconteceu que o dinheiro não está dando pra mais nada e na saúde […] o estado hoje já presta serviços muito maiores e melhores que prestava lá em 2016”.
