Jayme: se União Brasil não liberasse estados, ia haver “trairagem”

Politica

O senador Jayme Campos (União Brasil) viu como acertada a decisão tomada pela Executiva Nacional do seu partido de liberar os filiados a apoiarem o presidente Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno das eleições, ainda que tenha oficializado a pré-candidatura do seu dirigente, Luciano Bivar, à Presidência.

Para Jayme, caso isso não ocorresse, o partido iria lidar com vários filiados manifestando apoio a Bolsonaro “por baixo dos panos” e, dessa forma, a situação fica transparente e mantém o grupo unido.

“Acho que faz parte do jogo democrático. Porque se não fizer por bem, vão fazer por mal, na trairagem. E é pior do que se você deixar as coisas correrem soltas”, afirmou.

A liberação alivia os correligionários em Mato Grosso, principalmente o governador Mauro Mendes, pré-candidato à reeleição, que já vinha costurando uma aliança com Bolsonaro para o pleito deste ano.

Segundo o senador, ele foi um dos que defendeu junto ao União Brasil que a pré-candidatura de Bivar não fosse imposta nos Estados.

“Eu que sugeri: libere, porque cada caso é um caso. Os problemas regionais têm que ser resolvidos aqui. […] Tem que liberar os estados para apoiar ou fazer uma coligação que certamente seja bom para os candidatos do União Brasil”, afirmou.

Para Jayme, nacionalmente o partido precisa entender que cada Estado possui suas particularidades no campo político e Bivar não pode, “em hipótese alguma, forçar a barra por apoio”.

“Eu acho que o próprio Bivar vai entender a situação do Mauro Mendes e abrir mão do apoio, porque poderia trazer prejuízo, politicamente falando, para a candidatura do Mauro”, completou.

Jayme ainda apontou que a pré-candidatura de Bivar, ainda que justa e deva ser respeitada, foi feita tardiamente e não sabe dizer até onde ela pode chegar.

Nos bastidores, integrantes da legenda já dizem que Bivar só entrará na disputa para rachar a chamada terceira via e abrir caminho para a reeleição de Bolsonaro. Apontam, ainda, que ele estaria disposto a negociar a sua retirada mais adiante no pleito, em troca de espaço em uma aliança.

“Vamos ser pragmáticos. A disputa está polarizada no Brasil. A tal da terceira tem que correr muito o trecho, surgir fatos grandes e novos para mudar o cenário que está aí”, opinou Jayme.

“Ademais, acho que todo mundo tem o direito de participar. Agora, uma eleição muitas vezes de última hora, uma candidatura atravessada, pode prejudicar os companheiros: candidatos a senador, governador, deputados federais e estaduais. Tem que ter bom senso nessa hora”, completou.