Muito antes da onda cor-de-rosa em torno do filme “Barbie” tomar conta do vestuário das pessoas, da página do Google, das filas de cinema, e até da culinária, a ex-modelo Antonia Cruz, de 45 anos, já havia moldado a própria imagem inspirada na boneca.
Para ela, mais do que representar beleza e estilo, a boneca simboliza o empoderamento feminino.
“Sempre fui apaixonada pela Barbie, pelo empoderamento que ela traz à mulher. Você pode ser aquilo que você quiser. São tantas possibilidades”, disse ela em conversa com o MidiaNews.
Batizada a partir do nome da filha de sua criadora, Ruth Handler, Barbie trouxe todo um novo universo para as brincadeiras de meninas. Já não havia tão e somente as personagens de “mamãe” e “filhinha”, agora o brinquedo trazia as mais diversas profissões.
A Barbie entrou na vida da ex-modelo como uma forma de inspiração, de sonho, quando ela tinha entre seus 12 e 13 anos. Sem condições de ter uma quando criança, começou a colecionar a boneca já na fase adulta, e nunca mais parou.
“Éramos bem carentes, moramos na rua, então nunca tive uma boneca. Nós brincávamos de ‘vaquinha de manga’, nossa boneca era uma abóbora ou uma melancia, dessas que tem o formato de uma cabecinha de bebê, bonequinha de milho, essas coisas”.
“Esse universo da Barbie não existia para gente, não tínhamos acesso. Mas eu falava: ‘Quando crescer e tiver condições, vou comprar minha boneca’. E eu comprei”, disse.
Inspirada na figura da sua boneca preferida, Antonia moldou a própria imagem e se tornou ela mesma uma Barbie, uma modelo sex symbol.
Antonia ao lado de itens raros da sua coleção
“Fiz três revistas, sempre associadas a Barbie, aí começaram as publicidades, fiz 10 dias de uma novela, também inspirada nisso. Eu era realmente uma boneca e inspirei a minha imagem na Barbie”, contou.
A coleção
Antonia começou a sua coleção quando engravidou da filha mais nova, hoje com 14 anos.
“Eu estava colecionando para mim na intenção que ela amasse aquilo também. Mas, por ironia do destino, a minha filha não gosta”, disse.
Colecionadora oficial associada à Mattel, empresa americana que produz o brinquedo, Antonia tem hoje 50 exemplares de diferentes coleções no seu acervo, entre Pink Label, Silver Label, Gold Label e Platinum Label, as quatro coleções da marca.
Dentre os seus xodós – ela não consegue escolher apenas um – está a Barbie Anjo. Apenas seis unidades desse exemplar foram trazidas para a América Latina.
A icônica primeira Barbie lançada no mercado também está presente dentre os valiosos itens da coleção, além de uma versão comemorativa lançada anos depois, dessa mesma versão.
O casamento de Elvis e Priscilla Presley foi eternizado pela Barbie e também está no acervo, assim como versões de artistas como Marilyn Monroe e a cantora Cher.
Edições de natal, super-heroínas, personagens de filmes, noivas de Vera Wang. A coleção da ex-modelo tem de tudo um pouco.
“Não tenho uma preferida. É que cada uma delas tem um significado na minha vida”, explicou.
Primeira Barbie lançada no mercada no mercado e noiva de Vera Wang
Antônia conta que já foi criticada por colecionar bonecas, mas isso em nada a afeta.
“As pessoas acham que a paixão pelas bonecas é um problema psicológico, emocional, não é. Se fosse assim todos os colecionadores de carrinhos teriam problemas psicológicos. Minha paixão pela Barbie é uma coisa pessoal. A acho linda, perfeita”, afirmou.
“Mas não sou muito ligada a isso. Se a pessoa me critica sei que quem tem um problema é ela e não eu”, acrescentou.
A onda rosa
Quando soube que a Barbie ganharia uma “live action”, Antonia ficou apaixonada pela ideia e feliz pela marca ter se reinventado e se mantido tão atual.
“Eu fiquei doente e parei de ir aos eventos, honestamente, pensei que a Barbie ficaria para trás. Porque hoje as crianças não se interessam muito. Mas não, com o filme tudo agora é da Barbie”.
Antonia ainda não pôde ir ao cinema conferir a produção, mas garante que, assim que der, verá nas telonas o filme vestida a caráter. “Eu estou muito empolgada”.
Assim como Barbie a inspirou em seus sonhos de vida, Antonia espera que ela possa inspirar e impulsionar outras meninas a conquistar os seus.
“Meu sonho era fazer uma casa rosa, uma casa da Barbie, para que meninas carentes, sem condições, possam vê-las”.
Parte da coleção de Antonia
“Queria que elas conhecessem a coleção, não das bonecas da Antônia, mas das Barbies que não existem aqui, que não vieram para o Brasil. Uma ação sem fins lucrativos, que recebesse escolas, por exemplo”, disse.
Uma boa alternativa, segundo Antonia, seria um ônibus itinerante da coleção. “Mostrando a história, mostrando tudo que ela traz para gente de feminilidade, de beleza, de empoderamento”.
Para Antonia, as pessoas têm se esquecido da importância dos sonhos e do poder deles para impulsionar a vida das pessoas.
“O sonho faz com que você realize todas as outras facetas da sua vida. Uma pessoa que tem um ideal, um sonho que é forte, aquilo vai te trazer saúde, melhor qualidade de vida”, completou.
