Vários casos de chacina chocaram a população de Mato Grosso durante o ano. Além da mais recente, de uma mãe e 3 filhas em Sorriso em novembro, houve também a chacina em um alojamento em Campo Novo do Parecis no mesmo mês e a de Sinop em fevereiro, onde 7 pessoas, incluindo uma menina de apenas 12 anos, foram executadas.
A chacina de Sinop ocorreu na tarde do dia 21 de fevereiro de 2023, em um bar da cidade, onde Ezequias Souza Ribeiro e Edgar Ricardo de Oliveira jogavam sinuca e perderam. A derrota teria despertado a ira de Edgar, que saiu do local e voltou depois armado.
A dupla executou, a tiros, 6 homens e Larissa Frazão de Almeida, de 12 anos, filha do dono do bar, Getúlio Rodrigues Frasão, 36, um dos mortos pelos suspeitos. Um dos autores, Ezequias, morreu dias depois em confronto com policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Edgar acabou se entregando à polícia e no dia 23 de março o Ministério Público de Mato Grosso ofereceu denúncia contra ele, pelo homicídio das 7 pessoas no bar. Em visita a Mato Grosso naquela época o presidente Lula (PT) lamentou a chacina.
O interrogatório de Edgar, em audiência judicial, estava marcado para o dia 28 de abril, porém, decisão da juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da Primeira Vara Criminal de Sinop, remarcou a sessão para o dia 19 de junho.
No mês de maio, Edgar teve seus bens móveis e imóveis bloqueados após a família de uma das vítimas entrar com ação indenizatória por danos morais. Pedido foi impetrado pela viúva de Maciel Bruno de Andrade, que deixou dois filhos menores de idade.
Em junho, o autor da chacina acabou sendo interrogado na 1ª Vara Criminal de Sinop e, na ocasião, a viúva do dono do bar, Kelma Silva Santos Andrade Costa, pediu para que fosse ouvida sem a presença de Edgar. Além deles, outra vítima e 5 testemunhas foram ouvidas.
No mês de agosto, a juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 1ª Vara Criminal, atendeu ao pedido de pronúncia feito pelo Ministério Público e determinou que Edgar seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. Dentre as qualificadoras, a juíza levou em consideração a denúncia por motivo torpe, meio cruel que resultou em perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Desde então o caso segue tramitando judicialmente, com petições e expedição de outros documentos e, após 10 meses, Edgar ainda aguarda julgamento.