Delegada titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Juliana Chiquito Palhares, acredita que a sociedade banaliza o tráfico de drogas sintéticas – LSD, ecstasy, quetamina e outras – em prol de um preconceito instalado. Segundo ela, a população considera como traficante apenas pessoas da periferia e que vendem drogas como pasta base, crack, maconha e outras.
Segundo ela, o preconceito está quando os traficantes de drogas sintéticas são, em grande parte, pessoas com poder aquisitivo. “Eles não considerados traficantes, e sim pessoas ‘normais’, que estão indo para balada se divertir. É considerado errado, criminoso, sujo e o violento o que vem da periferia, que consome crack a pasta base”, pontuou ela em entrevista ao Podcast Cosmopolitan.
O tráfico de drogas é uma atividade lucrativa que proporciona ao vendedor a sensação de poder, que muitas vezes, é atribuída a sensação de impunidade. Ainda segundo a delegada, é perceptível essa situação durante as investigações de enfrentamento ao crime.
“Quando a gente fala de tráfico de drogas, nós, sociedade, somos a vítima. Quantas vidas não são ceifadas por conta da droga e da ineficácia desse sistema de enfrentamento e repressão? Isso fica muito claro durante as investigações, aonde vamos observando a expertise do traficante”, pontuou.