A Justiça recebeu a denuncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra a jovem Samiles Milhomem Pizzato, de 22 anos, pela acusação de atear fogo no apartamento da ex-esposa de seu marido, em Cuiabá. No imóvel incendiado moram dois filhos dele.
O caso ocorreu no último dia 3 de junho no Edifício Portal D’América, na região do Shopping Três Américas.
Ela foi denunciada pelo crime de incêndio, cuja pena varia entre três e seis anos de prisão e pagamento de multa.
A decisão é assinada pelo juiz Érico de Almeida Duarte, 2ª Vara Especializada da Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Cuiabá, que deu 10 dias para a acusada se manifestar.
De acordo com a denúncia, Samiles foi flagrada pelas câmeras de segurança do prédio entrando no apartamento da vítima pouco antes do início do incêndio, que destruiu todo o imóvel. Ela e o marido moravam no mesmo edifício da vítima.
Em depoimento, a jovem confessou o crime dizendo que estava passando por problemas psicológicos pós-parto. Também citou desentendimentos entre ambas.
No dia do incêndio, ela contou que foi de carro até um supermercado da Capital e lá pegou um táxi, voltou ao prédio e entrou no estacionamento. Ainda conforme seu depoimento, o taxista ficou esperando enquanto ela subiu e entrou no apartamento da vítima.
No local, a jovem declarou que colocou um pedaço de papel alumínio no forno de micro-ondas e ligou. Depois, disse que, usando um isqueiro, colocou fogo diretamente em uma manta que estava em cima do sofá.
Após isso, ainda segundo seu relato, pegou o táxi de volta para o supermercado, entrou no seu carro e retornou ao prédio.
O marido dela também foi ouvido e contou que foi casado com a vítima de 2009 a 2018 e tiveram dois filhos. Após a separação, ele continuou no apartamento e em 2021 casou-se com Samiles, com quem teve uma filha, hoje com um ano e quatro meses.
O homem disse que ficou sabendo que a mulher havia provocado o incêndio na casa da ex através do síndico do prédio, que lhe mostrou as imagens da câmera de segurança.
“Então a partir dessa informação passou a ser mais incisivo com Samiles. Que após Samiles confessar o Declarante nem quis ouvir mais”, disse.
Atualmente Samiles não pode voltar para o prédio porque a vítima conseguiu uma medida protetiva contra ela.