Promotor da 18ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Cuiabá, Rogério Bravin, vai recorrer contra decisão que extinguiu o processo de execução de medida socioeducativa da adolescente B.D.O.C, 17, que matou Isabele Guimarães, 14, em julho de 2020, com um tiro no rosto. Informação foi confirmada pela assessoria do órgão e, por se tratar de processo sigiloso, não há mais informações.
Decisão é da juíza titular da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude da Capital, Leilamar Aparecida Rodrigues. Magistrada considerou que a melhor amiga de Isabele está prestes a alcançar a maioridade civil e “demonstrou o interesse em traçar novos objetivos longe do ambiente deletério da reiteração infracional”.
Em junho deste ano, uma equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Creas) protocolou um relatório que a medida de liberdade assistida pela adolescente, no prazo de 6 meses, foi integralmente cumprida, de acordo com as novas traçadas pelo Plano Individual de Atendimento (PIA). Em relação ao ato infracional, a adolescente manteve o mesmo posicionamento desde o início, de que foi um acidente.
Mãe de Isabela, Patrícia Hellen Guimarães, lamentou a decisão da juíza em extinguir o processo criminal da adolescente. Para ela, a sensação é de que estão “matando” a sua filha novamente.
“A cada decisão, com um resultado como este, tenho a mesma sensação horrível do dia que vi o corpo da minha filha estirado no chão sobre uma poça de sangue. Talvez este pessoal não saiba, mas, eles estão matando a minha filha novamente. Como pode a ‘Justiça’, simplesmente ignorar todas as provas técnicas obtidas através de inquestionáveis perícias realizadas por profissionais gabaritados e mudarem a tipificação do crime cometido, comprovadamente a sangue frio contra a vida da minha filhinha, que não teve a mínima chance de se defender?, diz trecho de nota emitida pela mãe.