A Justiça manteve a prisão do policial civil Mário Wilson Gonçalves, 39 anos, que matou o cabo da PM Thiago de Souza Ruiz, 36, na madrugada de quinta-feira (27) em uma conveniência em Cuiabá.
O juiz Geraldo Fidelis conduziu a audiência de custódia, na tarde desta sexta-feira (28), e converteu a prisão em flagrante em preventiva.
“Da necessidade de se garantir a ordem pública exsurge, por último, o perigo gerado pelo estado de liberdade do indiciado, consoante fartamente demostrado acima. […] Converto a prisão em flagrante de Mario Wilson Vieira da Silva Gonçalves em prisão preventiva”, determinou.
O magistrado ainda determinou que Mário Wilson seja encaminhado ao presídio de Chapada dos Guimarães, “a fim de garantir a sua integridade física e psicológica, tendo em vista que se trata de policial civil”.
“Extrema gravidade”
Geraldo Fidelis apontou, em sua decisão, que os depoimentos colhidos pela investigação policial mostram que Mário agiu com “extrema gravidade” ao avançar contra o PM e atirar nele em seguida.
“A gravidade dos fatos se revela através da sua forma de execução, mormente a ocorrência de diversos disparos de arma de fogo contra a vítima […] cujo teor informa a existência de projéteis e estilhaços de vidro no local dos fatos, além da verificação, a ‘olho nu’, de perfurações no corpo da vítima. Frisa-se, mais de um disparo em local público!”, escreveu o magistrado.
“Dessa feita, a concessão de medidas cautelares ou ainda, da liberdade provisória com ou sem fiança, não seriam medidas eficazes à possível prática do odioso crime de em tela, posto que, repete-se, o modus operandi evidenciado nos depoimentos guardam extrema gravidade”, completou.
Ele ainda apontou que, na condição de policial civil, Mário deveria atuar de modo a trazer sensação de segurança a sociedade, e não o contrário.
“Tais fatos indicam pela extrema gravidade da ocorrência e a consequente necessidade de salvaguardar a ordem pública. Mesmo porque, frisa-se, a condição de policial civil, isto é, detentor do direito e dever de guardar pela segurança social, além do fato se se encontrar em local público, não impediram o custodiado de, ao que consta dos autos, agir contra a vida da vítima”, argumentou.
O juiz Geraldo Fidelis, que determinou conversão da prisão
O caso
O crime aconteceu na conveniência Conti Comigo, que fica em frente à Praça Oito de Abril.
Tudo começou quando Mário pegou a arma que estava na cintura de Thiago, que tentou recuperá-la, dando início a uma briga. Depois de caírem no chão, Mário disparoou contra o PM.
Thiago foi atingido e caminhou sangrando até a esquina nas proximidades do restaurante Cedros, que estava fechado no momento.
Ele foi encaminhado em estado grave para o Hospital Jardim Cuiabá, onde acabou falecendo. Já o rival entrou em um Toyota Corolla e fugiu.
O policial civil suspeito do crime se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá.