“O último que cassaram quase elegeram prefeito”, diz Paccola

Politica

Alvo de um processo de cassação na Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador Marcos Paccola (Republicanos) citou o caso do ex-vereador Abílio Júnior (PL) e afirmou que os colegas podem estar elegendo o próximo prefeito da Capital.

Assim como Paccola, Abílio respondeu a um processo por quebra de decoro. Ele chegou a ser cassado pelos colegas, mas a decisão foi revertida depois na Justiça. Na sequência, disputou o Palácio Alencastro, em 2020, foi ao segundo turno e perdeu por uma diferença de 6 mil votos.

“Eu falo tranquilamente, porque eu tenho plena convicção que, judicialmente, caso haja uma cassação até falei: ‘O último que tentaram cassar, vocês quase elegeram prefeito. Cuidado, porque dessa vez vocês podem eleger’”, disse em entrevista à rádio Metrópole FM, nesta semana.

O pedido de cassação, solicitado pela vereadora Edna Sampaio (PT), ocorreu após o parlamentar atirar e matar o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa. O caso aconteceu no dia 1º de julho, no Bairro Quilombo, em Cuiabá.

Apesar do argumento de quebra de decoro, Paccola defende que não agiu enquanto vereador e sim como tenente-coronel da Polícia Militar, cargo que exercia antes de entrar no meio político.

“Quando se fala de quebra de decoro parlamentar é muito claro o que é: são atos ou crimes que você comete em função do exercício do cargo e tão somente”, disse.

“Não tem qualquer tipo de ligação, eu não intervi lá porque sou vereador, a minha intervenção lá não tem nada a ver com a minha atividade parlamentar, mas porque eu sou policial”, acrescentou.

O vereador ainda disse entender que o pedido de cassação teria como fim o interesse em prejudicar o trabalho que ele vem fazendo na CPI da Saúde, que investiga atos de corrupção na gestão do prefeito Emanuel Pinheiro.

“O processo de cassação está caminhando, vai seguir o rito e aí não tenho governabilidade com os votos dos meus colegas. Só peço que eles façam de maneira consciente e também tenham ciência de todo rescaldo que pode reverberar posteriormente em relação a isso”, declarou.

Pedido de afastamento

O vereador também comentou sobre a revogação do pedido de afastamento que havia solicitado no início de agosto durante uma sessão da Câmara. O pedido havia sido feito para que se dedicasse à campanha eleitoral para a Assembleia Legislativa,

Entretanto, segundo ele, muitas pessoas interpretaram errado o pedido, associando o afastamento a uma tentativa de “fuga” do processo que corre contra ele.

“Hoje, ultrapassamos 60 mil páginas entre todos os processos compartilhados conosco na CPI. Por conta disso, notifiquei o relator e pedi para fazer a suspensão do afastamento”, resumiu.